Brasileiro recebe voto de confiança de Ancelotti em seu primeiro teste de fogo na Europa e ganha o reconhecimento da torcida francesa
Levantou as mãos para o céu pouco antes do apito inicial do árbitro Stark Wolfgang e se benzeu várias vezes já com a bola rolando no Parque dos Príncipes. Lucas procurava concentração e inspiração para o "jogo da sua vida", como ele próprio definiu nos dias anteriores ao confronto entre Paris Saint-Germain e Barcelona, pelas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa, terminado empatado por 2 a 2 (assista aos melhores momentos). Mais participativo nos 45 minutos iniciais do que nos finais, mostrou personalidade e desenvoltura no primeiro teste de fogo no futebol europeu. Só faltou mesmo o gol para coroar a boa atuação.
Depois de três semanas afastado dos campos por uma lesão no tornozelo esquerdo, Lucas ganhou total confiança do treinador Carlo Ancelotti, que o escalou desde o início, apesar da sua inexperiência e 20 anos de idade, e pediu 'coragem'.
- Quando entrei em campo, nem queria acreditar. Jogar contra Messi, Xavi e Iniesta. Parecia que estava sonhando. Aos poucos, foi caindo a ficha e eu pensei: estou aqui, estou jogando contra o Barcelona na Champions League e agora quero demonstrar o meu futebol e talento - afirmou o número 29 do PSG.
Mesmo voltando de lesão, o brasileiro ficou em campo a partida inteira e foi aclamado pela torcida duas vezes graças as suas arrancadas para a área no primeiro tempo.
- Ouvir a torcida gritar o meu nome essa noite foi maravilhoso. Isso me deixa ainda mais motivado e com vontade de me superar cada vez mais. Quero jogar melhor para eles, para os torcedores que estão na arquibancada - revelou Lucas no fim do jogo, visivelmente feliz pelo carinho que recebeu em Paris.
Arrancadas, assistências e cabeçada a gol no primeiro tempo
Foram gritos merecidos que o ex-são-paulino escutou. Lucas foi um dos melhores do time no primeiro tempo e participou de três das quatro grandes chances de gol.
Logo aos nove minutos, o brasileiro lançou Lavezzi, que acertou a trave. Pouco depois, Lucas recebeu toque de calcanhar de Christophe Jallet e arrancou sozinho para dentro da grande área, mas o corte de Mascherano estragou o que poderia ser um lance de gol. Mesmo sendo intensamente marcado por Jordi Alba e Busquets, o brasileiro não se intimidou e partiu para cima, como pedira Ancelotti, sem medo.
Aos 13 minutos, Lucas voltou a arrancar com toda a velocidade numa das jogadas que mais entusiasmou o Parque dos Príncipes. Só foi travado em falta de Busquets. Beckham cobrou na área, e o brasileiro ainda cabeceou com perigo – apesar de não ser a jogada aérea a sua especialidade. O ex-são-paulino demonstrava uma vez mais ser um dos mais dinâmicos jogadores em campo no início da partida. Disputou bolas com Messi e chegou até a debater com Ibrahimovic e Beckham para decidir quem cobrava uma falta aos 17.
Dos 14 passes que Lucas deu no jogo, cinco foram para Ibra. Não se cansou de levantar a mão para o alto pedindo bola, e foi um dos mais procurados pelos companheiros no primeiro tempo. Tentou furar o meio-campo do Barcelona com dribles e foi o que mais sofreu faltas no PSG, três vezes. Mas, assim como o seu time, pareceu sentir o gol de Messi aos 38 minutos.
Cansaço atrapalha na etapa final
No segundo tempo, Lucas não apareceu tanto. Jordi Alba escapou várias vezes pela lateral, sem que o brasileiro acompanhasse como havia feito nos 45 minutos iniciais.
Com as entradas de Verratti e Menez, o PSG voltou a crescer no jogo. E o próprio francês se beneficou com mais um passe de Lucas aos 30, chutando cruzado com perigo.
- No segundo tempo, acho que foi o cansaço que me prejudicou. Há três semanas que não jogava. Voltar agora num encontro desse nível de exigência não foi fácil. Eu me senti muito cansado, mas dei tudo em campo pelo time - lembrou Lucas.
Mesmo visivelmente desgastado e com o PSG em desvantagem no marcador, Ancelotti fez mais uma substituição, mas Lucas permaneceu em campo. Mais um voto de confiança do treinador italiano no talento do jovem de apenas 20 anos.
Nos últimos minutos emocionantes do jogão no Parque dos Príncipes, se não foi decisivo, balançando a rede ou dando assistência, Lucas ao menos se mostrou participativo. No primeiro gol, de Ibra, festejou efusivamente com Thiago Silva perto do banco do PSG. No segundo, deu origem à rápida jogada. Partiu dele o lançamento longo para Jallet passar ao camisa 10 sueco, responsável pelo último toque para Matuidi chutar e levar o Parque dos Príncipes à loucura com o empate final.
Antidoping e jantar em família após o jogo
A felicidade de Lucas era evidente ao fim da partida. Afinal, recuperar duas vezes a desvantagem num confronto com Barcelona não é para muitos times. Uma coisa é certa, o PSG não vai à Catalinha a passeio na semana que vem, mas sim para brigar pela classificação.
Antidoping e jantar em família após o jogo
A felicidade de Lucas era evidente ao fim da partida. Afinal, recuperar duas vezes a desvantagem num confronto com Barcelona não é para muitos times. Uma coisa é certa, o PSG não vai à Catalinha a passeio na semana que vem, mas sim para brigar pela classificação.
- Acho que temos equipe para poder ir mais além nesta competição. É difícil, mas não é impossível, podemos fazer um bom jogo e ganhar por 1 a 0 no Camp Nou ou até por mais - disse Lucas.
Não bastasse ficar em campo por 90 minutos e mais os acréscimos, o brasileiro ainda teve que fazer o exame antidoping. Acabou sendo o último a sair do estádio, com Thiago Silva, uma hora depois dos companheiros. Com sensação de dever cumprido, o Lucas deixou o Parque dos Príncipes em família.
- Agora vou jantar com a minha família. Em Paris, moro com a minha mãe e o marido dela, mas agora também estão aqui o meu pai e a mulher dele. Vão embora daqui a um mês. Meus pais são separados, mas têm uma ótima relação - disse Lucas antes de se despedir.
O PSG treina sem folga todos os dias da semana e joga no sábado, fora de casa, contra o Rennes, pela 31 rodada do Campeonato Francês. No domingo, mais um dia de trabalho, para viajar no início da semana para Barcelona. Na próxima quarta-feira, dia 10, Lucas terá uma nova oportunidade de enfrentar os catalães, naquele que será mais um 'jogo da vida' para o jovem de 20 anos.
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