CRÔNICA DO JOGO
Hernane voltou a marcar, Rafinha chegou a ter algum destaque, mas o Flamengo do primeiro turno parou aí na estreia na Taça Rio, nesta quarta-feira, contra o Resende. Com 23 minutos de respeito na volta para o segundo tempo, o time do Sul fluminense transformou um 2 a 0 até certo ponto tranquilo para os rubro-negros em vitória por 3 a 2, e galopou montado na zebra no Engenhão. Robert, Elias e Dudu foram os responsáveis pela virada, enquanto o Brocador e Elias completaram o placar.
E a noite foi de decepção dupla: em campo e nas arquibancadas. Com apenas 1.413 pagantes, a partida foi a de pior público envolvendo grandes na competição. Apostas de Dorival Júnior para o segundo turno, Rodolfo e Alex Silva tiveram atuações abaixo da média, com o defensor, que voltou a ser titular após mais de um ano, vacilando nos dois primeiros gols do rival.
- (O time foi) irreconhecível no segundo tempo, sem atenção. Acho que nem contra o Botafogo jogamos tão mal. Futebol é assim. Serve de lição, é segunda vez que acontece isso - lamentou o flamenguista Elias, referindo-se também à derrota na semifinal da Taça Guanabara.
A vitória deixa o Resende na primeira colocação do Grupo B, com três pontos, enquanto o Flamengo é lanterna. Esta foi a única partida da Taça Rio até o momento. No próximo dia 23, o Rubro-Negro encara o Boavista, às 18h30m (de Brasília), no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Já o Resende recebe o Macaé, no Estádio do Trabalhador, no mesmo dia, às 16h.
Rafinha aparece bem, e Hernane acaba com jejum
Público baixo, caras novas e ritmo acelerado. Durante toda boa campanha na Taça Guanabara, os jogadores do Flamengo repetiram que o segredo para evitar zebras era entrar em campo tratando todo jogo como decisão. E foi assim que aconteceu no início contra o Resende. Com meio-campo mais povoado do que o costume, com a presença de Rodolfo, e Rafinha disposto a provar que poderia, sim, se reinventar, como pediu Dorival Júnior, os Rubro-Negros tomaram conta do campo de ataque e mostraram força no primeiro tempo.
Com a camisa 10, Rodolfo não se privou ao lado esquerdo do campo, como acontecia com Carlos Eduardo, e, ao revezar bastante com Rafinha, dava indícios de que o 4-3-3 bem definido do primeiro turno terá variações com o 4-4-2 daqui para frente. Com maior aproximação no meio-campo, Elias e Ibson chegavam também ao ataque e dificultavam ações do Resende, praticamente restritas a chutes de longe e bolas paradas do meia Marcel.
Após assustar em arremates de fora da área e desperdiçar boas oportunidades em tramas pelas laterais, o Flamengo chegou ao seu gol aos 23 minutos. Inquieto, Rafinha apareceu bem pelo meio e abriu boa jogada para Léo Moura na direita. Com liberdade, o capitão do Flamengo dominou, olhou e cruzou na medida para Hernane subir com estilo e testar no canto direito de Mauro: 1 a 0, e fim do “jejum” de duas rodadas do artilheiro do Carioca. Valeu a pena o trabalho intenso de finalização da véspera.
Mesmo em vantagem, os Rubro-Negros não diminuíram o ritmo. Tanto que sete minutos foram suficientes até o segundo gol. Aos 30, Elias, que participou bastante das ações ofensivas, tabelou com Hernane na entrada da área. O Brocador fez o pivô e rolou na medida para o camisa 8 encher o pé, sem chances para Mauro. Foi o primeiro gol do jogador pelo Fla. A desvantagem até contribuiu para que o Resende fizesse com que Felipe participasse um pouco do jogo, mas sem maiores perigos até a ida para o intervalo.
Em 23 minutos, Resende vira o jogo
Na volta para o segundo tempo, toda intensidade e eficiência do Flamengo mudaram de lado. Com Robert e Kim nos lugares de Leozinho e Denílson, o Resende se impôs de forma surpreendente diante de um adversário disperso. Tanto que, logo aos três minutos, Robert diminuiu e deu motivação extra ao time do Sul fluminense. Após lançamento longo de Elias, o atacante se deslocou para se afastar de Alex Silva e contou com domínio errado de González, que vinha na cobertura, para invadir a área e tocar na saída de Felipe.
O golpe não foi suficiente para acordar o Flamengo, que via o adversário cada vez mais efetivo no campo de ataque. Felipe ainda parou bons chutes de fora da área, mas nada pôde fazer aos 15. De volta ao time titular após mais de um ano, Alex Silva mais uma vez vacilou. Filipi cruzou no primeiro pau, e Elias se antecipou com certa facilidade a Pirulito para mergulhar de peixinho e empatar.
A igualdade abateu ainda mais o Flamengo. Ciente do apagão de sua equipe, Dorival Júnior trocou Rodolfo e Ibson por Gabriel e Cléber Santana. Ainda assim, o Resende seguia senhor do jogo. Na base do cruzamento e do abafa, o Rubro-Negro tentou se reerguer, mas sofreu o terceiro gol aos 23. Foi quando Marcel cobrou falta da intermediária para Dudu, em posição de impedimento, vencer disputa com González e, de cabeça, decretar a virada: 3 a 2.
Desorganizado, o Flamengo ainda se mandou com tudo para o ataque, mas se perdeu entre pedidos de pênaltis e cruzamentos sem direção. Destaques nos minutos iniciais, Rafinha e Hernane novamente não apareceram em situação de pressão, e o Resende voltou para casa com a maior surpresa do Carioca até então.
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